Novas Comunidades

Uma primavera para a Igreja

Em preparação ao encontro da vigília de Pentecostes, João Paulo II havia expressado o desejo de que um Congresso fosse organizado com os movimentos e as novas comunidades. Este Congresso aconteceu em Roma, de 27 a 29 de maio passado com o tema: Os movimentos eclesiais, comunhão e missão na vigília do terceiro milênio. Este Congresso foi um momento importante e permitiu melhor compreender o lugar dos movimentos e comunidades na Igreja. Eis porque lhe consagramos este dossier.

Foi a primeira vez que, por iniciativa da Santa Sé, tamanho encontro de responsáveis leigos foi organizado. Estes três dias, sob a presidência do Cardeal Francis Stafford, presidente do Conselho Pontifical para os leigos, foram tempo de reflexão, de troca e de comunhão que marcou profundamente o conjunto de 350 participantes vindos de 56 movimentos leigos.

O Congresso começou pela leitura de uma palavra do Santo Padre que dava imediatamente o tom: confiança, esperança e ação de graças pela obra do Espírito na Igreja, missão e comunhão. “Eu desejo, de todo coração, que vosso Congresso e o encontro de 30 de maio próximo na Praça de São Pedro possam revelar a fecundidade profunda de vossos movimentos no meio do povo de Deus que está a ponto de passar a soleira do terceiro milênio da era cristã”, nos assegurou João Paulo II. Depois de ter afirmado que “os movimentos representam um dos frutos mais significativos desta primavera da Igreja anunciada pelo Vaticano II”, o Papa continua: “A presença destes movimentos é encorajadora: ela nos demonstra que esta primavera avança e manifesta seu frescor de experiência cristã baseada em um encontro pessoal com o Cristo.”

Depois de se confessar feliz pela presença de delegados fraternos vindos de diferentes Igrejas Cristãs, o Santo Padre também insistiu na unidade: “Vós representais mais de cinqüenta movimentos e novas formas de vida comunitária que são a expressão de uma grande variedade de carismas, de métodos de educação, de modalidades, de finalidades apostólicas. Uma multiplicidade de experiências vividas na unidade de fé, de esperança, e de caridade na obediência a Cristo e aos Pastores da Igreja, vossa própria existência é um hino à unidade na diversidade querida pelo Espírito e que disso é testemunha.”

No fim de sua mensagem, o Papa introduziu o debate dando algumas linhas mestras, desenvolvidas, mais tarde, por diferentes intervenções: “Por diversas vezes eu tive ocasião de sublinhar que na Igreja não há oposição entre a dimensão institucional e a dimensão carismática da qual os movimentos são uma expressão significativa. As duas são co-essenciais à constituição divina desta Igreja fundada por Jesus, porque concorrem juntas para manifestar o ministério do Cristo e sua obra de salvação do mundo. Juntas elas podem renovar, cada uma à sua maneira, a autoconsciência da Igreja, que pode se definir como um movimento, porque ela é um evento, no tempo e no espaço, da missão do Filho, pela obra do Pai e pelo poder do Espírito.” Esta tomada de consciência de que a Igreja poderia se compreender de uma certa maneira como um movimento marcou o Congresso, tendo por conseqüência a certeza de que os movimentos e as novas comunidades não são realidades paralelas à Igreja mas, ao contrário, dela são oriundas e que recebem seu dinamismo do ímpeto missionário do qual a própria Igreja é depositária.

Cada um dos três dias do Congresso foi organizado em torno de uma problemática particular. O primeiro dia foi consagrado à reflexão teológica sobre o lugar dos movimentos na Igreja e os frutos que produziram. No segundo dia, diferentes representantes leigos delinearam as linhas mestras da contribuição dos movimentos à comunidade eclesial: evangelização, educação, cultura e trabalho, engajamento social, justiça e caridade, serviço à unidade e ao ecumenismo. O terceiro dia permitiu aos participantes que quisessem, dar seu testemunho.

Nenhum comentário:

Obrigado pela sua visita!

De onde você vem?

Quem já veio aqui?