"Orvalhai, ó céus, do alto e as nuvens façam chover a justiça;
abra-se a terra e germine a salvação!" (Is.45,8).

Estas palavras do Profeta Isaías integram o precioso tesouro espiritual que a Igreja anualmente nos oferece como objeto de intensa meditação durante o Advento, o tempo que nos prepara para a celebração do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

São palavras eivadas de uma viva esperança, de uma expectativa da grande "novidade" de uma especial ação de Deus na vida de seu povo. Esta "novidade" integra o conteúdo de nossa Fé e a transformamos em fonte inspiradora de nosso agir evangelizador, cada vez que rezamos: "Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria...” O Tempo do Advento evoca em nosso coração a atitude de adoração que nos leva a contemplar o "EVENTO DIVINO": "E o Verbo se fez carne e habitou entre nos!"(Jo.l,14). Este EVENTO gerou a salvação de toda a Humanidade, a manifestação da Divina Misericórdia para todos nós. Obra de imenso AMOR, meditar sobre ela reacende em nosso coração viva ESPERANÇA, aquela que não decepciona, porque "o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado!” (Rom.5,5).

Hoje, para nós deste o início do século XXI, torna-se muitíssimo necessário buscar junto ao Senhor a força da ESPERANÇA, que Ele nos veio trazer, para levarmos à frente, como Igreja Católica, a ação evangelizadora ardorosa e continental de que nos fala o Documento de Aparecida.

Não é difícil perceber, num relance de olhos, que a Sociedade atual vive intensamente a movimentada preparação de um Natal pagão, vazio de Deus e fora de qualquer referência à Pessoa do Senhor Jesus. A Mídia alardeia um Natal de grandes lucros para o Comércio neste ano, e cria já fortemente um clima materialista de consumo e de busca de grandes celebrações para a chegada do Papai-Noel, o personagem central do Natal sem Deus, especialmente para as crianças.

Assim como Pedro e Paulo não hesitaram em pregar o Senhor Jesus nas praças e ruas da Roma pagã, selando com seu próprio sangue testemunho sobre Aquele que veio, e que vem, para salvar a humanidade, assim também é preciso que as Famílias Católicas não tenham medo de criar em seus lares um clima de autêntica preparação espiritual para o Natal que se aproxima. Não tenham medo de colocar no coração dos filhos e netos uma atenção total ao MENINO DEUS, Àquele que verdadeiramente é a razão única de todas as festas e celebrações natalinas, porque veio dar a humanidade o grande e maior de todos os presentes: o AMOR de Deus! É o momento oportuno para, em família, pais e filhos juntos refletirem sobre as sombras que cada vez mais se tornam espessas sobre este nosso mundo que vem mergulhando cada dia mais tragicamente num ateísmo explícito, irracional, de consequências sofridas para tanta gente.

Como se torna urgente que os verdadeiros católicos mantenham viva no coração a chama da ESPERANÇA de um Mundo novo, iluminado pelo AMOR e pela JUSTIÇA, vivendo em grande PAZ a comunhão solidária e fraterna entre todos.

Como se torna urgente que os verdadeiros católicos, pastores e fiéis, mantenhamos acesa a Luz de Cristo no coração de nossas crianças, de nossos pré-adolescentes e adolescentes, de nossos jovens, de nossas famílias, ajudando-os a abrir o coração para este amado Senhor que nasce MENINO, na noite escura de nossas misérias e fragilidades, de nosso desamor e de nosso egoísmo, para nos libertar de tudo isto e nos levar a semear com alegria a PAZ que nos veio trazer com seu nascimento.

Esta mesma ESPERANÇA, caríssimos Irmãos e Irmãs, se acende em nosso coração ao se abrirem, dentro em breve, as portas do Novo Ano, Ano em que nossa Igreja Particular entoará seu Te Deum pelo Jubileu de Ouro de sua elevação a "Arquidiocese", e pela publicação do novo Plano de Pastoral Arquidiocesano.

De todo coração desejo a todos os nossos Fiéis, de todas as Paróquias e capelas da Arquidiocese, um Santo e Feliz Natal, repleto da presença e da Luz do Menino Deus e de sua Santa Mãe, a Virgem Maria, cuja Imaculada Conceição celebramos com alegria no início deste mês de dezembro.

A ela eu rogo para que os ajude todos a merecer a graça de ouvir ecoar no fundo do coração, na Noite Santa do Natal, o cântico entoado pelos Anjos diante dos humildes pastores de Belém: "Glória a Deus nas alturas e Paz na terra aos homens por Ele amados!"(Lc.2,14).

+ D. Fr. Alano Maria Pena OP
Arcebispo Metropolitano de Niterói

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